Treinamento de músculos respiratórios no pós operatório de infarto do miocardio

A sensação de falta de ar e a incapacidade de aumentar suficientemente a ventilação costumam ser fatores limitantes para as atividades funcionais e a tolerância ao exercício dos pacientes portadores disfunção pulmonar. A otimização da função respiratória pode diminuir a dificuldade de respiração, reduzindo a gravidade de falta de ar e aumentar a capacidade de realizar trabalho. O treinamento dos músculos respiratórios tem sido utilizado para melhorar a força e a resistência dos músculos responsáveis pela ventilação, aumento a eficiência da respiração (MACIEL et al, 2003).

 

Segundo Regenga (2000), a progressão da intencidade de esforço é feita seguindo-se o programa "STEPs", no qual cada STEP equivale a um grupo de exercícios protocolados em relação ao tipo, intensidade e repetição, onde o gasto energético em cada grupo de exercícios está estimado de acordo com o consumo de O2 requerido pelo corpo para determinada atividade. A duração média de cada terapia é de 20 minutos, sendo indicada uma freqüência de até 4 vezes por dia na UTI/UCO e 2 vezes por dia nas unidades de internação.

 

·        STEP 1 – consumo calórico = 2METs

Paciente deitado

Exercícios respiratórios diafragmáticos

Exercícios ativos de extremidades

Exercícios ativos-assistidos de cintura, cotovelos e joelhos

 

·        STEP 2 – consumo calórico = 2METs

Paciente sentado

Exercícios respiratórios diafragmáticos, associados aos exercícios de MMSS (movimentos diagonais)

Exercícios de cintura escapular

Exercícios ativos de extremidades

Paciente deitado

Exercícios ativos de joelhos e coxofemoral

Dissociação de tronco/coxofemural

 

·        STEP 3 – consumo calórico 3 a 4 METs

Paciente em pé                    

Exercícios ativos de MMSS (movimentos diagonais e circundução)

Alongamento ativo de MMII ( quadríceps, adutores e tríceps crural)

Deambulação: 35m

 

·        STEP 4 – consumo calórico = 3 a 4 METs

Paciente em pé

Alongamento ativo de MMSS E MMII

Exercícios ativos de MMSS (movimentos diagonais e circundução)

Exercícios ativos de MMII (flexão-extensão e abdução/adução)

Deambulação: 50m-25m lentos/25m rápidos ensinar contagem de FC (pulso)

 

·        STEP 5 – consumo calórico = 3 a 4 METs

Paciente em pé

Alongamento ativo do MMSS e MMII

Exercícios ativos de MMSS (dissociados)

Exercícios ativos de MMII (flexão-extensão e abdução/adução)

Rotação de tronco e pescoço

Marca passo com elevação de joelhos

Deambulação: 100m (checar pulso inicial e final)

 

·        STEP 6 – consumo calórico = 3 a 4 METs

Paciente em pé

Alongamento ativo de MMSS e MMII

Exercícios ativos de MMSS e MMII (dissociados), associados á caminhada

Descer escada lentamente e retornar de elevador (um andar)

Deambulação: 165m (medir pulso inicial e final)

Instruções para continuidade dos exercícios em casa

 

·        STEP 7 – consumo calórico = 3 a 4 METs

Continuação do STEP 6

Descer e subir escada lentamente (um andar).

 

Qualquer tipo de exercício aeróbico sustentado é recomendado para a reabilitação pulmonar. A atividade com os membros inferiores são recomendadas para aumentar a tolerância ao exercício. Exercícios aeróbicos com os membros superiores, ergômetro de braço ou pesos livres também devem ser incluídos, a fim de melhorar o desempenho no exercício com os braços. A combinação do treinamento e membros superiores e membros inferiores no programa de reabilitação têm como objetivo melhorar o estado funcional (FROWNFERTER e DEAN, 2004).

Segundo Regenga (2000), a ocorrência de hipoteção arterial sistólica (decrécimo > 15 mmHg em relação á PA Sistólica basal) durante a realização dos exercícios é considerada mau prognóstico  devido ao fato de que a incapacidade de manter ou aumentar a pressão sistólica com incremento do esforço, sendo critério de exclusão do programa de reabilitação cardiovascular. A progressão da intensidade de esforço e a manutenção  ou não do tratamento deve obedecer alguns critério: manutenção da estabilidade clinica, adequada  resposta da FC e PA, boa disposição do paciente, adequada resposta ao tratamento medicamentoso proposto e a execução ou não de terapia invasiva (cateterismo cardíaco, angioplastia e revascularização do miocárdio). Se durante a realização do programa o paciente apresentar sinais de ICC ou de intolerância aos esforços deve-se evitar a progressão do mesmo até sua estabilização.

 

Os exercícios respiratórios e o treinamento ventilatório podem assumir muitas formas, incluindo respiração diafragmática, respiração segmentar, treinamento muscular ventilatório, treino de resistência inspiratório, espirometria de incentivo e técnicas respiratória para o alivio da dispnéia por esforço, entre as diretrizes para ensinar exercícios respiratórios deve se explicar ao paciente os objetivos e a base teórica dos exercícios respiratórios ou do treino ventilatório especifico a seus comportamentos e suas limitações funcionais. Estimular o paciente a práticar padrão respiratório correto em uma variedade de posições, em repouso e com atividade. Não permitir ao paciente iniciar a inspiração com os músculos acessórios e o tórax superior. Ensinar que o tórax superior deve estar relativamente quieto durante a respiração. Deixar o paciente fazer apenas três ou quatro inspirações e expirações profundas por vez para evitar hiperventilação. As técnicas de respiração controlada, que enfatizam a respiração diafragmática, são elaboradas para melhorar a eficiência da ventilação, diminuir o trabalho da respiração, aumentar a excursão (decida ou subida) do diafragma e melhorar as trocas gasosas e a oxigenação. Os exercícios de respiração diafragmática também são usados para mobilizar as secreções pulmonares durante a drenagem postural (JOHNSTON e CARVALHO, 2006).

 

Incentivo é uma forma de treinamento ventilatório que enfatiza inspirações sustentadas máximas. Um termo sinônimo é manobra inspiratória máxima mantida, que é feita com ou sem uso de um incentivador respiratório. O paciente respira por um espirômetro que provê feedback visual ou auditivo enquanto ele inspira o mais profundamente possível. A espirometria de incentivo aumenta o volume de ar inspirado e é defendida primariamente para prevenir o colapso alveolar e as atelectasias em pacientes pós-operatórios e fortalecer músculos inspiratórios fracos (LEGUISAMO e KALIL e FURLANI, 2005).

 

Segundo Dias et al, (1992) a expansão costal lateral é uma técnica particularmente útil para fortalecer as musculaturas inspiratórias e automaticamente melhorar a ventilação pulmonar. O paciente pode estar sentado ou em decúbito dorsal com os joelhos flexionados e pés apoiados. O terapeuta posiciona as mãos ao longo da face lateral das costelas inferiores para fixar a atenção do paciente nas áreas em que o movimento deve ocorrer. Pedir para o paciente inspira e assim sentir a caixa torácica mover-se. A medida que ele inspirar, colocar pressão nas costelas com a palma das mãos, a aplicação da resistência manual deve ser suave na área inferior das costelas para aumentar a percepção sensorial a medida que o paciente inspira profundamente.


Fonte


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