Exercícios na prevenção da Fisioterapia Cardiológica











O trabalho do fisioterapeuta consiste, antes de tudo, em evitar a progressão da doença a partir de um programa de exercícios personalizados, além de minimizar possíveis sequelas, como no caso de pacientes que sofreram infarto. Embora seja um ofício essencial, há poucos profissionais especialistas nessa área.

A fisioterapia apresenta objetivos profiláticos e terapêuticos, visando reduzir o impacto físico e psicossocial das condições incapacitantes e limitantes que acometem o indivíduo, objetivando assim restaurar e aumentar a capacidade funcional, de modo que se obtenha considerável qualidade de vida e do prognóstico e envolve também atividade sexual, retorno ao trabalho, atividades recreativas.

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A prática regular de exercícios físicos pode, portanto, produzir mecanismos adaptativos, que resultam no estabelecimento de uma nova situação de equilíbrio dos processos homeostáticos, amenizando ou eliminando os efeitos desencadeados pelas doenças cardiovasculares.

Os efeitos fisiológicos do exercício físico podem ser classificados em agudos imediatos, agudos tardios e crônicos. Os efeitos agudos, também denominados respostas, são aqueles que acontecem em associação direta com a sessão de exercício e podem ser subdivididos em imediatos ou tardios. Os efeitos agudos imediatos são aqueles que ocorrem nos períodos pré-imediatos, per e pós-imediato rápido (até alguns minutos) ao exercício físico e podem ser exemplificados pelo aumento de frequência cardíaca e da pressão arterial sistólica e pela sudorese normalmente associados ao esforço.

Por outro lado, os efeitos agudos tardios são aqueles observados ao longo das primeiras 24 ou 48 horas (às vezes até 72 horas) que se seguem a uma sessão de exercício e podem ser identificados na discreta redução dos níveis tensionais (especialmente nos hipertensos), na expansão do volume plasmático, na melhora da função endotelial e no aumento da sensibilidade insulínica nas membranas das células musculares.

Por último, os efeitos crônicos, também denominados adaptações, são aqueles que resultam da exposição freqüente e regular a sessões de exercício, representando os aspectos morfofuncionais que diferenciam um indivíduo fisicamente treinado de outro sedentário. Alguns dos exemplos mais típicos dos efeitos crônicos do exercício físico são: a bradicardia relativa de repouso, a hipertrofia ventricular esquerda fisiológica e o aumento do consumo máximo de oxigênio. Hipertensos fisicamente treinados, especialmente quando através de exercícios predominantemente aeróbios e dinâmicos, tendem a apresentar uma redução modesta, porém clinicamente relevante, dos seus níveis tensionais.

Exercício físico regular também tem se mostrado uma estratégia eficaz para reduzir complicações clínicas decorrentes da hipertensão arterial, tais como o acidente vascular encefálico. Esses achados não são universais e parecem apresentar uma alta variabilidade interindividual. Essas alterações já podem ser observadas com algumas poucas sessões e são mais evidentes nas primeiras 16 horas seguintes ao exercício, muito embora apenas recentemente se comece a esclarecer os mecanismos fisiológicos associados a esse efeito agudo tardio, que é denominado hipotensão relativa pós-exercício.

Estudos futuros são necessários para esclarecer esse e muitos outros aspectos importantes da interação de exercício físico e hipertensão arterial.

Alguns exercícios requerem regular a intensidade, como: velocidade, inclinação da esteira e força. Se o paciente sai de um pós-operatório cardíaco, por exemplo, o fisioterapeuta visa minimizar os efeitos agudos e trabalha com exercícios mais leves. O ideal é que o profissional calcule o MET – Estimativa do equivalente metabólico, em todo tratamento da fisioterapia cardíaca o MET deve ser considerado.

Como calcular MET na fisioterapia cardiovascular?

Para encontrar o MET precisa medir o consumo de oxigênio em repouso, porém já chegaram ao valor referencial para média populacional de 3,5 ml/Kg/min. Entretanto, o valor do MET varia de acordo com cada exercício e intensidade, por exemplo: uma caminhada à 6 Km/h difere de uma corrida à 10Km/h. Portanto, o MET varia de acordo com exercício.

A fórmula do MET é:

  • 3,5 mL/min/kg (1 MET) x 0,005 kcal/mL = 0,0175 kcal/min/kg

Exemplo do cálculo para exercício cardiovascular

Imagine que temos 2 pacientes, o primeiro é um homem de 70Kg e o segundo uma mulher de 57kg, o gasto estimado dos dois seria de: 1,2 kcal/min para o homem e 1,0 kcal para a mulher. Do modo que estabelecemos o gasto calórico para os 2, por isso, podemos estimar qual o gasto realizado durante os exercícios na fisioterapia para que não comprometeram o consumo do oxigênio desse paciente. Entende? Mas é claro que você saber da capacidade respiratória antes, use exames de espirometria como referência.

Um dos exemplos mais comuns é o exercício de caminhada na superfície plana a 6,4 km/hora, nesse exercício usamos 5 METs, ou seja elevamos 5 vezes o consumo de oxigênio daquele paciente. Dessa forma, o exercício de 5 Mets no paciente de 70kg e 57kg terá o gasto energético de:

  • 367,5 kcal e 299,2 kcal respectivamente.
Há consenso de que o exercício físico regular – predominantemente dinâmico ou estático – contribui para a redução da pressão arterial em hipertensos, tanto por um componente agudo tardio como pelo efeito crônico da repetição periódica e frequente do exercício físico. O conhecimento dessa complexa interação – exercício físico e hipertensão arterial – pode contribuir para o melhor uso desse potente e barato instrumento de aprimoramento da saúde.


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