Fisioterapia Vascular na Doença Venosa Crônica



A aplicação da fisioterapia vascular através dos exercícios terapêuticos e da drenagem linfática manual (DLM) na Doença Venosa Crônica (DVC) contribui para a minimização das alterações vasculares, com melhora do retorno venoso, diminuindo a estase sanguínea e contribuindo para a melhora do quadro clínico.

A importância da Fisioterapia Vascular na Doença Venosa Crônica (DVC) baseia-se nos fatos de essa terapia prevenir o agravamento, promover e reabilitar a saúde, auxiliando no tratamento desta alteração vascular e melhorando o funcionamento e o condicionamento circulatórios, evitando, assim, a perda funcional do indivíduo e minimizando as consequências clínicas da doença1,2.

Os exercícios terapêuticos são efetivos no tratamento da DVC. No âmbito dos exercícios neuromusculares, o treinamento da musculatura da panturrilha é colocado em evidência como uma atividade capaz de diminuir o refluxo sanguíneo e aprimorar a competência das veias, causando redução dos desconfortos e malefícios promovidos por tal disfunção3.

Contudo, o programa terapêutico da fisioterapia vascular para a DVC, conhecido como cinesioterapia vascular, deve constituir-se de três fases: aquecimento, treinamento e relaxamento4. A primeira fase (aquecimento) tem como objetivos aumentar o fluxo sanguíneo muscular, o consumo de oxigênio basal e proporcionar efeitos psicológicos que se manifestam principalmente como sensação de preparação5,6.

A fase de treinamento pode ser realizada através de exercícios resistidos, proporcionando melhora na ejeção do volume venoso e no aumento da resistência muscular da panturrilha, como também consequente aumento no desempenho das atividades da vida diária (AVDs). Podem ainda ser realizados exercícios aeróbicos para produzir um maior aproveitamento da panturrilha, facilitando retorno venoso e promovendo melhor mobilização das articulações metatarsofalangeanas e talocrural4,7,8.

Para finalizar o programa, torna-se necessário o relaxamento, para uma desaceleração gradual na intensidade do exercício, resultando em diminuição dos estímulos nervosos simpáticos e aumento dos parassimpáticos, ocorrendo vasoconstricção periférica, em que se pode utilizar a Drenagem Linfática Manual (DLM)6,9. Esta é uma técnica não invasiva, benéfica terapeuticamente ao promover relaxamento do indivíduo, reduzir a estase sanguínea e incentivar o retorno venoso9-11, proporcionando a desintoxicação do tecido intersticial, como também a melhora da oxigenação e da nutrição celular12, minimizando seu quadro clínico e influenciando positivamente a qualidade de vida (QV) dos indivíduos.

A DVC é ocasionada por um mau funcionamento de algumas válvulas, que pode vir associado ou não à obstrução do fluxo venoso, podendo alterar ambos os sistemas venosos, superficial e profundo, tendo como condição de base, a hipertensão venosa4.

Diante do aumento crescente da incidência da DVC, da escassez de estudos relacionados à aplicação da fisioterapia vascular nessa doença e em virtude dos grandes benefícios dos recursos fisioterapêuticos, torna-se relevante verificar a eficácia da fisioterapia vascular no tratamento da doença venosa crônica.

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