Como fazer Exercícios Físicos num Cardiopata
O exercício para os pacientes coronariopatas inclui atividades realizadas em programas formais de exercício e também atividades do cotidiano. Portanto, atividades gerais do dia-a-dia são estimuladas, além das sessões formais de exercícios.
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O programa de exercícios para o paciente coronariopata baseia-se na prescrição tradicional para obter efeito de treinamento em indivíduos saudáveis. Entretanto, sofre modificações de acordo com o estado clínico geral e cardiovascular do paciente. Envolve um programa adequado individualmente em termos de tipos de exercícios, bem como frequência, duração, intensidade e progressão.
Tipo de Exercícios
Exercícios contínuos, envolvendo grandes grupos musculares, como caminhada, jogging, ciclismo, natação, ginástica aeróbica e remo, são adequados para condicionamento cardiovascular de endurance. Exercícios de membros superiores com ergômetros especiais podem também ser empregados em indivíduos que não tolerem exercícios de membros inferiores por razões ortopédicas ou outras e naqueles cujas atividades profissionais ou de lazer envolvam predominantemente trabalho de membros superiores. O treinamento de força também é benéfico para pacientes selecionados. Exercícios contra resistência são habitualmente realizados utilizando um esquema de treinamento em circuito, com até 10 a 12 exercícios utilizando 10 a 12 repetições com resistência que permita execução confortável. O cross-training também pode reduzir problemas ortopédicos e aumentar a aderência.
Frequência
A frequência mínima é de três dias não consecutivos por semana. Alguns pacientes preferem exercitar-se diariamente. Contudo, à medida que a frequência aumenta, aumenta também o risco de lesões músculo-esqueléticas.
Duração
Períodos de aquecimento e volta à calma de pelo menos 10 minutos, incluindo exercícios de alongamento e flexibilidade, devem vir antes e depois de uma sessão de 20 a 40 minutos de duração envolvendo exercícios cardiovasculares realizados continuamente ou através de treinamento intervalado. Este último tipo pode ser especialmente útil para pacientes com doença vascular periférica e claudicação intermitente.
Intensidade
O exercício em programas supervisionados é realizado a uma intensidade moderada e confortável, geralmente entre 40 e 85% da capacidade funcional máximaB (), que corresponde a 40 a 85% da reserva de freqüência cardíaca (FC) máxima ([FC máxima – FC de repouso] x 40-85% + FC de repouso), ou 55 a 90% da FC máxima. O índice de percepção de esforço (IPE), ou escala de Borg, pode também ser utilizado para monitorizar a intensidade do exercício, com o objetivo de mantê-la em nível moderado. A intensidade do esforço deve ser abaixo do nível que provoque isquemia miocárdica, arritmias importantes ou sintomas de intolerância ao esforço, conforme a avaliação prévia pelo teste de esforço.
A intensidade recomendada do treinamento varia com o grau de supervisão disponível e o nível de risco do paciente. Intensidades mais baixas são indicadas para pacientes de alto risco (definidos acima), especialmente quando se exercitam fora de programas supervisionados ou sem monitorização eletrocardiográfica contínua.
Progressão
Qualquer programa de exercícios para pacientes coronariopatas deve envolver progressão inicial lenta e gradual da duração e intensidade
A supervisão dos pacientes envolve a observação direta do paciente e monitorização da freqüência e do ritmo cardíaco. A medida da pressão arterial é geralmente feita quando há indicação. A natureza e o grau de supervisão e monitorização dependem do risco do paciente de apresentar complicações com o exercício e também da intensidade executada. A supervisão e a monitorização devem ser mais rigorosas quando se lida com pacientes de alto risco (definidos acima). Os pacientes que se exercitam sem supervisão médica e sem monitorização devem fazê-lo em baixas intensidades.
Riscos do exercício
As principais complicações cardiovasculares durante o exercício em pacientes coronariopatas são o infarto agudo do miocárdio, a parada cardiorrespiratória e a morte súbita. A incidência estimada de complicações cardiovasculares em programas supervisionados de reabilitação cardíaca são: um infarto agudo do miocárdio para cada 294.000 pacientes-hora, uma parada cardiorrespiratória para cada 112.000 pacientes-hora e uma morte para cada 784.000 pacientes-hora. Mais de 80% dos pacientes que sofreram uma parada cardiorrespiratória (em geral por fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular) em programas supervisionados de reabilitação cardíaca foram ressuscitados com sucesso com desfibrilação imediata
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