Prática de exercícios para pacientes com doença coronariana assintomática
Todos os pacientes com doença coronariana assintomática deverão ser fortemente estimulados à pratica regular do exercício físico. A simples passagem do sedentarismo completo para algum nível de atividade física regular, como por exemplo, caminhar cerca de 2 a 3 km em 30 minutos diariamente, já oferece considerável benefício.
Posicionamentos recentes recomendam 30 a 60 minutos de exercício aeróbico na maioria dos dias, suplementado por um aumento no dispêndio energético com as atividades cotidianas. A maioria dos pacientes deve ser orientada a caminhar, mantendo a intensidade do esforço entre 60 e 80% do consumo máximo de oxigênio ou a uma frequência cardíaca de 10 batimentos inferior a intensidade em que foi observada isquemia no TE.
O ritmo da caminhada deverá ser gradativo, começando mais lento nos primeiros 5 minutos, alcançando e mantendo níveis confortáveis pelos próximos 20 ou 30 minutos e novamente, reduzindo o ritmo por mais 5 minutos. Em termos práticos, pacientes que tenham capacidade funcional ou que não mostram alterações significativas até pelo menos 6 METs, podem caminhar em segurança na faixa de 4 a 6 km/h (66 a 100 metros por minuto).
A prescrição individualizada deverá ainda incluir exercícios de flexibilidade e de sobrecarga muscular. Em dias de elevada umidade e calor, especialmente nos horários centrais do dia, naqueles dias em que o paciente se encontre excessivamente estressado ou que tenha dormido mal, ou ainda nos pacientes que estejam fazendo uso de beta-bloqueadores em dosagem diária única, pode ser necessário reduzir a faixa de frequência cardíaca sugerida para o treinamento. O horário da prática do exercício é aquele que melhor se adapta ao paciente, já que o risco da atividade física não parece variar neste grupo de indivíduos ao longo do dia, sendo contudo, mandatório orientar o paciente para o momento apropriado de uso de sua medicação habitual em relação ao horário da atividade, permitindo tempo apropriado para a ação farmacológica.
A eventual liberação para atividade física desportiva deverá ser analisada individualmente considerando em conjunto, o quadro clínico, as respostas ao TE ou a ergoespirometria, com ênfase na capacidade funcional e a valorização desta atividade pelo paciente e na demanda física e emocional associadas a esta atividade. A prática de desporto competitivo está em princípio contraindicada, podendo contudo haver exceções individuais solidamente fundamentas em dados clínicos e ergométricos.
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