Perguntas e Respostas sobre Síncope Cardíaca
A síncope afeta um número considerável de pessoas em todo o mundo e merece cuidados extras, uma vez que pode levar a vítima a uma parada cardíaca. Para oferecer mais explicações sobre o assunto, o especial Coração Saudável entrevistou por e-mail a cardiologista Denise Hachul, especialista em arritmologia clínica do Hospital Sírio Libanês e coordenadora da unidade de síncope do Instituto do Coração da FMUSP.
O que é síncope cardíaca e quais seus tipos?
Síncope é a perda de consciência, ou seja, um "desmaio". De caráter súbito, transitório e de curta duração (raramente ultrapassa poucos minutos), a recuperação da consciência após uma síncope é sempre total e espontânea. Geralmente, o indivíduo cai ao solo flácido, mas às vezes a síncope pode ser acompanhada de contrações musculares que podem ser confundidas com convulsões.
Há vários tipos de síncope cardíaca. As principais são quatro. Síncopes arrítmicas, ou seja, causadas por descompassos, acelerações ou desacelerações do coração, que podem ser adquiridas ou geneticamente determinadas; síncopes obstrutivas, causadas por espessamento de válvulas cardíacas, por aumento da espessura do músculo cardíaco ou ainda por aumento na pressão pulmonar; síncopes isquêmicas, causadas por entupimento nas artérias coronárias, que distribuem sangue para o músculo cardíaco e síncopes por insuficiência cardíaca, quando o bombeamento cardíaco está enfraquecido.
Que fatores causam esse problema?
A síncope sempre ocorre por diminuição da oxigenação do cérebro. Várias são as possíveis causas dessa queda na oxigenação cerebral. As causas cardíacas, embora não sejam as mais frequentes, são as mais importantes pela potencial gravidade. As mais comuns são as síncopes ocasionadas por queda de pressão arterial, também conhecida como vasovagal.
Em que idade é mais comum a síncope cardíaca se manifestar?
Geralmente, é mais frequente na idade adulta e no idoso. Mas pode acometer adultos jovens e crianças, no caso de causas congênitas ou geneticamente determinadas.
Como uma pessoa sabe se teve uma síncope cardíaca ou algum outro tipo de súbito?
As síncopes cardíacas ocorrem durante algum tipo de esforço físico, exercício ou emoção intensa. Frequentemente, não apresentam sinais e sintomas premonitórios, ou quando estes estão presentes, são muito fugazes – a perda de consciência ocorre tão rápido que o indivíduo não percebe, cai e se machuca. Minha recomendação é que toda vez que um indivíduo perca a consciência, com estas características, procure um médico para avaliá-lo, especialmente se já tiver alguma doença cardíaca ou se houver casos de morte súbita na sua família.
Que tipo de consequências ou sequelas ela pode causar em suas vítimas?
Podem ocorrer sequelas decorrentes das quedas, como fraturas, hematomas ou cortes. Acidentes automobilísticos também podem ser causados por síncopes. A mais grave consequência da síncope cardíaca é a parada cardíaca levando à morte súbita.
A síncope cardíaca está relacionada a alguma doença cardíaca já existente na pessoa ou ela pode desencadear uma doença?
Geralmente, está associada a alguma doença. A síncope é um sintoma, ou seja, um alerta de que algo está errado.
Qual a recomendação médica para quem sofre desse mal e quais os tratamentos?
A primeira coisa a fazer é procurar um cardiologista para avaliar seu problema e, consequentemente, estabelecer o tratamento correto. Como várias são as causas, vários são os tratamentos. Estes vão desde medicamentos, até cauterizações de focos de arritmia com cateteres (ablações), desobstrução de coronárias (pontes de safena) ou com cateteres (angioplastias), implante de marcapassos e desfibriladores cardíacos, entre outros.
Quantas pessoas sofrem com a síncope no Brasil e no Mundo?
Estatísticas mundiais demonstraram que a ocorrência de síncope numa população em geral é em torno de 3% a 5%. As causas cardíacas correspondem a mais ou menos 10% do total dos casos. Este número aumenta com a idade avançada, podendo atingir 25%.
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