Depressão após o infarto dificulta a recuperação do paciente



Pesquisadores da Universidade de Tel Aviv, em Israel, descobriram que a saúde mental também pode interferir no coração. Eles apontam que pacientes que sofrem um ataque cardíaco e têm depressão podem estar mais propensos à readmissão hospitalar por eventos cardíacos, como dores no peito. De acordo com o estudo, essas pessoas apresentam um tempo de internação 14% maior, em comparação com os pacientes que não têm depressão. 

Para chegar aos resultados, os especialistas os pesquisadores usaram dados coletados de 632 pacientes com 65 anos de idade, entre 1992 e 1993, que já tinham sofrido um ataque cardíaco. Eles observaram que, embora uma grande quantidade de pessoas que sobrevivem a um ataque cardíaco precisou de reinternação em algum momento, pessoas identificadas na primeira internação como, pelo menos, levemente deprimidas eram muito mais propensas a voltarem ao hospital. Os pacientes com uma pontuação maior de depressão passaram um tempo 14% maior hospitalizadas do que aqueles com uma pontuação baixa. 

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Os dados foram controlados com avaliação de outras doenças e fatores de risco envolvidos, como tabagismo e nível socioeconômico. O estilo de vida adotado após o ataque cardíaco desempenhou um papel importante nos resultados analisados. São oferecidos serviços de reabilitação e aconselhamento para incluir exercícios, dieta e programas de cessação do tabagismo na rotina da maioria dos pacientes de ataque cardíaco. 

Os pacientes deprimidos recorrem muito menos a esses serviços ou mudam pouco os hábitos. Em geral, as pessoas deprimidas eram cerca de 20% menos ativas fisicamente, 26% menos propensas a participar de um programa de reabilitação cardíaca, e 25% menos suscetíveis a parar de fumar. 

Os autores do estudo concluem, portanto, que os fatores psicológicos em pacientes que tiveram um ataque cardíaco não podem ser ignorados. Doentes que apresentam sinais de depressão precisam ser acompanhados mais de perto e podem precisar de ajuda extra nas recomendações de estilo de vida a seguir. 

Ignorar este problema pesa sobre os serviços de saúde. Por passarem mais tempo no hospital, esses pacientes representam um maior gasto em serviços de saúde. No entanto, os pesquisadores acreditam que um investimento no apoio psiquiátrico extra pode ter um retorno bastante positivo. 

Dicas para sair da depressão

Tratamento médico e terapias são os passos mais importantes para ajudar na recuperação de quem passa por sintomas depressivos. Há hábitos, porém, que a pessoa pode para se sentir melhor. A psicoterapeuta Evelyn Vinocur orienta:

Reconheça os sinais precoces

É importante reconhecer e tratar a depressão o mais precoce quanto possível, o que diminuirá os riscos de você deprimir novamente. Se você fingir que o problema não está ocorrendo, provavelmente você se sentirá pior. Você precisa observar os tipos de eventos que contribuíram para a depressão no passado e ficar alerta aos sintomas precoces. 

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Estabeleça objetivos possíveis

Você pode se sentir esgotado pelas mínimas que fizer em casa ou no trabalho. Não seja durona com você. Lembre-se que a depressão é uma doença e que você não deve extrapolar além das suas possibilidades. Mantenha o foco em metas objetivas, pequenas, realísticas e alcançáveis e assim você vai facilitar a sua volta as rotinas em casa, com a família e no trabalho. 

Faça o que gostar

Mesmo que você não goste, tire um tempo para fazer coisas que goste. Reúna-se com amigos. Caminhe. Vá ao cinema. Jogue um jogo que você já não joga há anos. 

Não tome decisões importantes

Uma vez que a depressão pode distorcer a sua interpretação das coisas, é mais prudente não tomar nenhuma decisão importante nesse momento, como pedir demissão do emprego, ou se mudar, etc., até você melhorar da depressão.

Apesar de você achar que o álcool pode fazê-lo se sentir melhor, o álcool pode piorar muito a sua depressão. Pessoas deprimidas estão em alto risco de se envolver em abuso de álcool ou de outras substâncias psicoativas e o álcool interage com os antidepressivos. 

Faça exercícios

Existem cada vez mais evidências que o exercício ajuda na depressão leve ou moderada. Encontre uma atividade que você goste, comece devagar e repita três vezes na semana, por 20 a 30 minutos.

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