Doença de Raynaud e Fenômeno de Raynaud
A doença de Raynaud e o fenômeno de Raynaud são distúrbios nos quais pequenas artérias (arteríolas), geralmente dos dedos das mãos e dos pés, sofrem um espasmo e, em conseqüência, a pele torna-se pálida ou apresenta manchas irregulares avermelhadas ou azuladas. Os médicos utilizam o termo “doença de Raynaud” quando não existe uma causa subjacente aparente e o termo “fenômeno de Raynaud” quando a causa é conhecida. Em alguns casos, a causa subjacente não pode ser diagnosticada no início, mas ela torna-se evidente dentro de um período de dois anos. Entre 60% e 90% dos casos de doença de Raynaud ocorrem em mulheres jovens.
Causas
As possíveis causas incluem a esclerodermia, artrite reumatóide, aterosclerose, distúrbios nervosos, hipoatividade da tireóide, lesões e reações a determinados medicamentos, como a ergotamina e a metilsergida. Alguns indivíduos que apresentam o fenômeno de Raynaud também apresentam enxaqueca, angina variante e hipertensão pulmonar (aumento da pressão arterial nos pulmões). Essas associações sugerem que a causa dos espasmos arteriais pode ser a mesma em todos esses distúrbios. Qualquer fator que estimule o sistema nervoso simpático como, por exemplo, emoções ou a exposição ao frio, pode causar espasmos arteriais.
Sintomas e Diagnóstico
O espasmo de pequenas artérias dos dedos das mãos e dos pés ocorre rapidamente e, muito freqüentemente, é desencadeado pela exposição ao frio. O espasmo pode durar minutos ou horas. Os dedos tornam-se pálidos, geralmente em forma de manchas. Pode ocorrer acometimento de apenas um dos dedos da mão ou do pé ou parte de um ou de mais dedos, com a formação de áreas irregulares vermelhas e brancas. Quando o episódio termina, as áreas afetadas podem tornar- se mais rosadas que o normal ou azuladas. Habitualmente, os dedos atingidos não doem, mas são comuns a ocorrência de insensibilidade ou formigamento, sensação de alfinetadas e agulhadas e de queimação.
O aquecimento das mãos ou dos pés restaura a cor e as sensações normais. No entanto, quando o indivíduo apresenta o fenômeno de Raynaud há muito tempo (especialmente na presença de esclerodermia), a pele dos dedos pode sofrer alterações permanentes, apresentando um aspecto liso, brilhante e distendido. Pequenas lesões dolorosas podem ocorrer nas pontas dos dedos. Para diferenciar a oclusão arterial do espasmo arterial, os médicos solicitam exames laboratoriais antes e após a exposição ao frio intenso.
Tratamento
O controle da doença de Raynaud leve pode ser feito através da proteção do tronco, dos membros superiores e inferiores contra o frio e da utilização de sedativos leves. Os indivíduos afetados devem interromper o tabagismo, pois a nicotina promove a constrição dos vasos sangüíneos. Para alguns poucos indivíduos, as técnicas de relaxamento, como o biofeedback, podem reduzir os espasmos. Comumente, a doença de Raynaud é tratada com prazosina ou nifedipina.
Ocasionalmente, a fenoxibenzamina, a metildopa ou a pentoxifilina podem ser úteis. No caso de incapacidade progressiva e quando os outros tratamentos são ineficazes, o cirurgião pode realizar a secção de nervos simpáticos para aliviar os sintomas, mas o efeito pode durar somente um ou dois anos. Essa cirurgia, denominada simpatectomia, geralmente é mais eficaz nos casos de doença de Raynaud do que nos de fenômeno de Raynaud. O médico trata o fenômeno de Raynaud tratando a causa subjacente. A fenoxibenzamina pode ser útil, mas as drogas que promovem a constrição dos vasos sangüíneos (como os betabloqueadores, a clonidina e derivados da ergotamina) podem piorá-lo.
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