Recuperação mais rápida nas cirurgias de ponte de safena








A Cirurgia de Revascularização do Miocárdio (RM), ou Ponte de Safena, é um procedimento criado para restaurar o fluxo de sangue para o coração. Muitos pacientes se surpreendem ao saber que uma "cirurgia de ponte de safena" inclui, na verdade, dois procedimentos cirúrgicos:

1. Primeiro, um ou mais vasos sanguíneos saudáveis são coletados de seu tórax, perna ou braço, para utilizar como ponte, sendo a artéria mamária, veia safena ou artéria radial respectivamente;

2. Em seguida, o cirurgião cria a ponte, na(s) artéria(s) coronária(s) danificada(s) ou bloqueada(s), no coração. Com essas novas pontes, o coração poderá, então, receber seu suprimento de oxigênio tão necessário. Hoje, para a extração da veia safena, são necessárias várias incisões desde a virilha até o tornozelo, ou uma única longa incisão por toda a perna. Caso não ocorra nenhuma complicação no membro (como infecções, edemas, tromboses, dor e hematoma), a recuperação do paciente é considerada rápida. Porém, o paciente terá que conviver com o desconforto estético devido a uma cicatriz aparente.

Técnicas cirúrgicas minimamente invasivas fazem parte da rotina da cirurgia cardíaca, e hoje, os pacientes submetidos a Revascularização do Miocárdio também podem ser beneficiados no Brasil, pelo EVH (coleta endoscópica de vasos). Através desta técnica, o corte da perna é de apenas dois centímetros, o que facilita o processo de cicatrização. O cirurgião realiza a retirada dos vasos através deste pequeno corte. Como resultado, há menor risco das complicações mencionadas acima, permitindo um retorno mais rápido às atividades normais. Esteticamente, o ganho é ainda maior, pois a cicatriz é praticamente imperceptível.

Devido a redução de complicações pós-operatórias frequentes, foram realizadas, no mundo, mais de um milhão de cirurgias, desde 1997. Além disso, a experiência dos hospitais que têm utilizado o EVH demonstra melhora da recuperação dos pacientes a curto, médio e longo prazos. Os médicos são unânimes sobre os benefícios de um procedimento com a mesma eficiência que o sistema clássico, só que com menos agressão ao paciente. Como as cirurgias com pequena incisão, o EVH, criado pela MAQUET, permite a mobilização precoce, o que é fundamental para uma cirurgia cardíaca. Além disso, como são feitas duas pequenas incisões, a dor é praticamente inexistente. Outro aspecto importante é a redução drástica de infecção na ferida, o que beneficia também os pacientes obesos ou com alguma limitação de mobilidade.

Para utilizar o EVH, há necessidade da realização de um treinamento específico, para não prejudicar a qualidade do enxerto, que é sem dúvida, o mais importante, porque não adianta oferecer o benefício estético, em detrimento da qualidade do enxerto.

História da cirurgia - A maioria das pessoas conhece o procedimento como cirurgia de Ponte de Safena, mas, na verdade, o termo correto é Revascularização do Miocárdio, que começou a ser feito no final da década de 60, para restabelecer o fluxo de sangue a áreas do coração, aliviar os sintomas e reparar a função da sua contração. Na década de 70, passou a ser o procedimento cirúrgico mais realizado no mundo, por melhorar a qualidade de vida e aumentar a sobrevida de milhões de pacientes. Desde então, é o procedimento mais estudado na medicina.

Em 1986, estudos comprovaram a eficácia da utilização da veia mamária. Mas, nos casos de necessidade de revascularização de mais de um ou dois vasos, a veia safena é a mais utilizada em todo o mundo.

(*) Professor Dr. Fernando Moraes é cirurgião cardiovascular do Instituto do Coração de Pernambuco.
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